terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Especificidades.

Escrevi este texto em 2013. Um ano que não foi bom. E eu questiono-me: não foi bom porque foi uma coincidência (ser 2013 e não ser bom, coincidiu)? acreditei que tinha sido mau por ser 2013? foi mau porque foi 2013? (o porquê de eu colocar estas questões apresenta-se abaixo).

Quero hoje partilhar este texto (mais abaixo) aqui porque hoje é dia 13. E eu, sem qualquer razão aparente ou pontinha de racionalidade que justifique, detesto o número 13 e tudo o que se lhe associe. Seja a terminação de um ano, o dia 13, o minuto 13 de cada hora, as 13h ou até, vou mais longe, a soma de uma data que dê em 13; ou duração de músicas (em minutos) cuja soma resulte em 13; ou matrículas de carros cuja soma dos elementos numéricos dê em 13 (fazer estas contas só porque sim, para o bem e para o mal, sempre exercita a mente). Provoca-me uma ansiedade inexplicável (e, reitero, completamente irracional...)

Louca? Obsessiva? ... Provavelmente. Ou então, muito somente, uma especificidade minha. (nem queiram saber das outras).

Mas hoje enfrento (não garantindo que ultrapasso - inicialmente tinha escrito "ultrapasso", mas sabemos que não é assim tão linear), enfim, hoje enfrento as minhas ansiedades irracionais e aqui estou eu, no dia 13, a escrever. (e relembrar-me a mim própria de coisas que escrevi).

"Esta precisão meticulosa. Da atenção excessiva aos fenómenos de causa-efeito. O que causou o quê, o que levou a quê, em torno do que gira o mundo, que interacções e relações em si contém. Exploro de forma intensiva e extensiva, em tudo o que me rodeia, me compõe e o que respiro, o que sou, o que faz com que seja quem e o que sou, o que leva ao que acontece e o desenrolar dos eventos, porquê? 

Creio sem qualquer dúvida em pequenas coisas, absurdas e sem o mínimo sentido, pela pura, impulsiva, diria mesmo instintiva necessidade de simplesmente poder compreender, saber, aprender, explicar, descrever e, em última análise, objectivo derradeiro, predizer. 

Assim, na minha busca constante pelo poder preditivo e intensa vontade de tudo poder controlar, crio energias em meu redor. Acabo por me auto-condicionar, com um sistema de crenças fortemente enraízadas, crenças que me dominam e, no fundo, identificam, como pano de fundo. 

Faço-o de um modo simultaneamente consciente e inconsciente, sei o que faço sem saber bem o porquê, sem entender realmente as minhas próprias motivações. 

E assim, perco-me, em mim mesma, como numa espiral, hora após hora, dia após dia, semana após semana, por momentos nem sinto que o tempo realmente passa, penso ao invés que o tempo é algo que simplesmente é. 

Acabo por ser eu apenas, na minha expressão mais pura, do que eu sou, sem rodeios."



A música? É só porque fez parte da minha vida numa altura específica de 2013.


1 comentário:

João Cunha disse...

Vicissitudes de uma personalidade complexa. :P