domingo, 28 de junho de 2015

As dores da minha existência #1

A unicidade da existência é uma falácia sem início nem fim.

Sem início porque nada tem um fim para se iniciar de novo. Os ciclos que começam e acabam, são só ciclos que se repetem em si mesmos, dizemos que começam e acabam para não dizer que o ponto inicial e o ponto final, na realidade, apenas se emergem um no outro.

Tal como as vivências; acreditamos que cada uma é diferente, distinta, única -  mas todas as vivências são diferentes, distintas e únicas, pelo que nenhuma o é, verdadeiramente.

E como seria, se fosse? Como seria se um de nós, e apenas um - de outro modo deixaria de satisfazer o propósito deste cenário hipotético - fosse tão distinto de todos os outros, que nem mesmo a sua distintividade o tornasse apenas em mais um, igual e repetido, como todos os restantes da sua espécie?

Seria uma bênção? Seria um fardo?

Seria tão doloroso ser-se diferente como o é ser-se igual?


 Sejamos diferentes, sejamos inovadores, queiramos ser intensamente como nunca ninguém foi ou alguma vez será. Mas tenhamos sempre presente que nada disso é real... que todas as existências são insignificantes em si mesmas. E por isso são todas diferentes. E por isso são todas iguais.


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