terça-feira, 10 de julho de 2018

Christina Aguilera - Liberation | Album Review

Aviso à navegação: esta review está longe de ser imparcial. :P


Finalmente chegou o tão aguardado oitavo álbum de estúdio de Christina Aguilera! Como uma das minhas artistas favoritas de sempre, desde o Stripped (que ouvia, cantava e sabia de cor de trás para a frente, aos 12 anos de idade, e ainda hoje, aos 28, é dos meus álbuns de eleição e não dispenso cantar uma boa “Walk Away” com ela), não o ouvi de imediato assim que saiu, mas nas últimas duas semanas não tenho ouvido outra coisa. Tinha de o conhecer ao detalhe!

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Para mim, o melhor álbum dela foi mesmo o Stripped e ainda não foi este seu mais recente trabalho que tirou o outro do primeiro lugar no pódio. Também adorei o Back to Basics mas, depois, o Bionic e o Lotus foram uma regressão. Nunca me convenceram a 100%, por mais que tentasse. Então, a expectativa era alta para este novo trabalho – Liberation – mas sempre com um pé atrás.

Surpreendeu pela positiva, mas ao mesmo tempo, deixou um pouco a desejar em alguns aspectos. Há músicas que amo e outras que não me dizem nada (e, ainda, uma que detesto mesmo). Mas de um modo geral, gostei muito deste álbum, só acho que tem poucas músicas. 15 músicas, em que 4 são intros; então, só dá 11 músicas completas. Chego ao fim do álbum com vontade que houvesse pelo menos mais 3 ou 4.

Mas antes de ir já para o que falta no fim, comecemos pelo início!

Liberation

Interlude bonito, mas é só isso (já foi feito, já foi ouvido, está uma introdução bonita mas não passa muito disso; gostava que tivesse mais a voz dela, em vez de ser só instrumental – tipo o interlude Love Embrace, por exemplo).


Searching for Maria & Maria
Incluo estas duas faixas numa só, visto que a primeira é o interlude da segunda. Maria reflecte o sentimento de Christina (cujo segundo nome próprio é Maria) de se ter perdido de si própria ao longo do tempo. No Twitter, a artista partilhou que “Maria is a homage to the lost side of herself”. Enquanto que, em Stripped, a ideia que imperava era a de ser ela mesmo enquanto artista (contrariando o ter começado a sua carreira ao vender a sua alma), ao longo da sua carreira acabou por se perder um pouco e agora procura novamente o espírito dela. Recorrendo à personagem de Maria do filme The Sound of Music (A Música no Coração, em português), utiliza-a como uma metáfora para uma versão mais jovem e inocente de si mesma, reflectindo sobre o impacto que uma vida sob a luz dos holofotes teve sobre ela, trazendo uma espécie de crise de identidade provocada pela fama.

All my life, wouldn't give up
Was too young to know the difference
How did I get so low?
When did I turn so cold
Inside of my own mind, I believe my own lies
I'm facing the mirror

Where, where, where is Maria?
Why, why, why don't I see her?
I, I just wanna see her
Why, why, why don't I see her?
I, I just need to see ya, Maria


Definitivamente, um momento introspectivo. Em termos sonoros, na minha opinião, é uma das melhores, senão mesmo a melhor faixa do álbum. É completa em todos os sentidos, e em certos momentos até me remete um pouco para a sua faixa Mercy (do álbum Back2Basics), com alusões a um ser divino e a uma espécie de salvação (“Oh, my lord / Can you take away this heavy load? / I can't carry it anymore / I'm callin' an angel, where is my saviour"). 

Em termos de voz, nem vale a pena destacar muito mais que, para mim, é a melhor voz pop de sempre. Algo que está bem presente no grito quase de revolta dela na bridge "Can you hear me calling? My whole world is falling!".

Dificilmente alguém a conseguirá suplantar neste campo. A voz dela é simplesmente per-fei-ta. Sem qualquer imparcialidade da minha parte! :P

Sick Of Sittin'

Aqui está a única música deste álbum que simplesmente não gosto nada. Numa tentativa de ter uma Fighter neste álbum também, mas Sick Of Sittin' não chega aos calcanhares de Fighter. Então, não tendo nada de bom a dizer, não direi mais nada...

Dreamers

Mais uma intro, com diversas vozes de crianças a dizer o que querem ser quando crescerem. Achei fofo, mas só isso. Não é uma música. Faz sentido, though, preceder a faixa seguinte...

Fall in Line

E duas rainhas juntaram-se e fizeram magia, nesta canção em conjunto com a não menos diva Demi Lovato! Outra faixa que, para mim, é das melhores do álbum. O movimento #MeToo está aqui bem presente, com uma mensagem bem forte de empoderamento feminino – assim, no seguimento de Dreamers, Aguilera e Lovato cantam a plenos pulmões que não foram feitas para simplesmente ficarem “na linha” (“I wasn’t made to fall in line”). Um incentivo a que corramos atrás dos nossos sonhos.

Ainda que Demi seja, também ela, uma pop star de excelência, nesta música a voz de Christina claramente acaba por dominar bastante. Lá está, dificilmente alguém suplanta a rainha Christina. E eu gosto imenso da Demi, também.

Right Moves

Depois de um início de álbum bem introspectivo, surge uma faixa bem mais light, com uma vibe meio hazy e com muitas influências reggae. Um pouco como "Get high on the beach" de Lana del Rey. É uma música girinha, mas que fica longe de me deslumbrar.

Like I Do

Esta foi amor à primeira audição. Aquele início bem prolongado, aquela vibe badass que eu gosto tanto nela, o facto da voz dela só entrar após o primeiro minuto completo e ser uma lufada de ar fresco. A referência ao grande Marvin Gaye e a sua tão famosa música “Let’s Get It On”. A voz dela utilizada de forma doce mas fierce ao mesmo tempo, as estrofes em rap de GoldLink, aquela batida constante, aquele sintetizador ousado. É uma música extremamente bem conseguida, do início ao fim, completamente viciante – daquelas que oiço em repeat, repeat e repeat sem me cansar!

Deserve

À semelhança de Masochist (que vou falar mais à frente, mas que referencio agora pois são duas faixas que, a meu ver, são equiparáveis), Deserve é uma balada eletrónica minimalista. Nada de extraordinário, mas bonitinha, catchy, que fica no ouvido. A-doro o efeito da voz dela nesta faixa.

Twice

Absolutamente uma das melhores faixas deste álbum. Com um início em acapella que me faz arrepiar sempre, começa o piano e as lágrimas querem rolar. Nem consigo descrever o quanto esta música me toca, a sério. A primeira estrofe, só a voz dela e o piano, e finalmente o refrão, em coro. A letra, extremamente triste e angustiosa, de quem “encontrou o preço do amor e perdeu a cabeça”. Continuo a achar que é nas baladas que Christina é melhor. Aquela voz tão suave quando tem de ser, e tão cheia e powerful quando tem de ser também. Mesmo só em acapella esta música seria fabulosa. Não adoro, AMO!

I Don’t Need It Anymore

Outra intro, só em acapella, e em coro. A line “I Don’t Need It Anymore” já tinha sido incluída na faixa Sick Of Sittin' mas escusado será dizer que, para mim, fica bem melhor neste interlude :P

Accelarate

Christina trying to be 2018. Well, she tried and she did it. Aqui está uma faixa extremamente atual mas que, a meu ver, não foi um tiro certeiro para ela. Bom, tenho mixed feelings! A primeira vez que ouvi na rádio, pensei, “Isto é a minha Christina?”. Muito básico. Gosto do embalamento e da melodia da estrofe “I be with my ladies you can find me there / Try to play us, we gon' start a riot up in here”, gosto (bastante) da bridge em rap de 2 Chainz, gosto muito da segunda bridge com aquele “Uh Uh Uh” básico e sintetizadores a acompanhar e adoro o final (os últimos 20 segundos).
Mas detesto a voz meio drunk do Ty Dolla $ign ali pelo meio da voz dela, acho a música pouco melódica, não acho piada ao refrão e acho a letra muito básica. Portanto... Ok, é um hit de rádio atual com alguma piada, mas fica-se só por aí. É que ela é capaz (e como o mostra noutras faixas deste álbum) de muito melhor.

Pipe

Sexy do início ao fim. Muito smooth, muito RnB, muito aliciante. Aquela batida constante e deliciosa. Não é das melhores, though! É das poucas canções em que Christina não puxa pela voz, mantendo um registo sempre estável e muito suave.

Masochist

Como já tinha referenciado mais acima, equiparando a “Deserve”, outra balada eletrónica. Desta feita, com uma letra que remete para a submissão dela em se deixar dominar por alguém que a magoa, culpabilizando-se por isso, sendo assim, some kind of masochist. “Cause loving you is so bad for me, but I just can’t walk away”.

Em termos de letra, sempre que oiço esta música lembro-me da sua icónica (e uma das minhas favoritas do álbum Stripped) música Walk Away. Parece ser uma constante, na vida de Christina, o dilema de estar em situações dolorosas das quais não consegue sair, não é? :P

Unless It’s With You

Mais uma que está no meu top 3 de melhores faixas deste álbum. Esta canção é, simplesmente, perfeita, para mim.

Em termos de letra, e apesar de ser na sua generalidade bastante “cliché” em termos de cheesyness de uma lovesong, gosto do twist do título e do final do refrão: “Cause I don’t wanna get married, unless it’s with you, unless it’s with you”. Podia ter dito simplesmente “I only wanna marry you”, mas inverteu a letra para passar a mesma mensagem.

A voz dela aqui, mais uma vez, completamente flawless. O que para muitos é “gritaria” (e compreendo), para mim é a melhor voz pop do mundo a manifestar-se em todo o seu esplendor.

E os coros e todo o ambiente de balada pop romântica dos anos 90 (em muitas coisas me faz lembrar músicas da Mariah Carey, por exemplo).

De todas as músicas, esta é a que já ouvi mais vezes. Para aí umas 3748.

Unless It's With You é um fim perfeito para este álbum, mas fico sempre com aquela sensação de que faltam mais algumas faixas. Está demasiado curto, o álbum.


Posso dizer que Liberation é, a partir de agora, o meu segundo álbum favorito de Christina. Gosto menos do que o Stripped, mais mais do que o Back2Basics - os 3 melhores álbuns dela, na minha opinião. Continuo a ficar deslumbrada com a voz dela (oiço tanto e canto tanto, que tenho tics de voz dela!!!). Ela continua a arrepiar-me e até a chorar (neste caso, com a faixa Twice).

Amava que ela viesse dar um concerto e Portugal e nem olharia ao preço do bilhete. Se ela vier a algum país da Europa, sou bem capaz de voar até lá só para a ver ao vivo! Nunca vi!


3 comentários:

Sandra Matias disse...

Adoro a Christina Aguillera, e eu não páro de ouvir a música fall in line.
Esta mulher tem uma voz divina. É a minha cantora favorita.

Claudia_LivreComoEu disse...

Completamente, divina é a palavra!
Obrigada pelo comentário <3

Patrícia disse...

Uau!! Isto é ser mesmo fã! Que post completo. Também gosto muito da x-tina! :) Beijinho
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