quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

the illusion of fresh beginnings

Sempre anseio para que o tempo passe.
Para que o hoje se transforme em amanhã.
Para que este mês se transforme no próximo.
E que esta estação passe, e que venha de lá a que se segue.
Quero limpar o armário e colocar roupas novas mais à mão
Mais frescas, mais quentes, mais frescas, mais quentes.
Anseio sempre por estes novos inícios, frescos e quentes também eles.
Mas estes novos inícios não passam de uma ilusão.
O amanhã é um hoje com uma nova cara, apenas e só.
No fundo, não é nada de novo, pois tudo se repete.
E o hoje que fora outrora o amanhã de um ontem já lá ido
É, afinal, apenas mais um hoje que anseio para que se transforme em amanhã.
E ao olhar para trás e me rejubilar, realizando
"epa, há um mês... já passou um mês... por esta altura na semana passada..."
Sinto que vivi e fiz tanto, já.
Mas nunca mais do que viverei e farei amanhã.
O que quero viver e fazer é tanto, ainda.




2 comentários:

João Cunha disse...

É o amanhã que nos faz viver os sonhos de hoje... e, no fundo, é o sentimento de que ao avançar, o tempo nos conduz para o delicioso incerto!

Mundos Mudos disse...

delicioso